terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

RESTAURANDO O EVANGELHO BÍBLICO

                Qual é o evangelho bíblico? Por acaso existi um evangelho que não seja bíblico? Pois é, infelizmente percebemos que no passar de muitos anos, a mensagem original do evangelho foi distorcida de tal maneira que precisamos distinguí-la de outros evangelhos, é claro que não seriam eles bíblicos, pois a partir do momento que deixaram de ser fieis a Palavra de Deus, passaram a ser um evangelho estranho ao verdadeiro evangelho que encontramos nas narrativas da Palavra de Deus.
                Vamos caracterizar inicialmente esse evangelho estragado que se tem pregado hoje em dia. Primeiramente ele é centralizado no próprio homem, ou seja, é um evangelho humanista, a enfase dele está na satisfação humana. Sempre ele é pregado visando o prazer do ser humano e seus interesses pessoais. As pessoas são convencidas a se voltarem para Deus para buscar o preenchimento de suas necessidades espirituais, mas sobretudo para alcançarem também benefícios materiais.
                Também esse evangelho, esconde por completo a existência do pecado e do inferno. E como se estes não existissem, se acredita neles, é bom não falar muito sobre eles, porque estes incomodam os ouvintes e pode espantá-los, por isto é melhor não tocar nestes assuntos. Por que ser tão negativo? Vamos falar somente do amor e dos benefícios em se tornar um religioso cristão. Afinal de contas isso não é tão importante e pode ser totalmente descartável.
                O evangelho falso, apresenta Jesus somente como Salvador, aquele que veio para atender a todas as necessidades do ser humano, sendo assim, Jesus se torna o “deus dará” daquele que o aceitar. E o “convertido” passa a ter os direitos sobre seus pedidos e desejos. Agora através de suas petições, campanhas e rituais, ele vai em busca dos direitos que ele tem: direito de sáude, de prosperidade, de bens, de muitas coisas inclusive de vida eterna também.
                Esse evangelho também tem grande enfase na instituição religiosa, todos os “convertidos” precisam ser fiéis a sua instituição, amá-la e dar a vida por ela. Essa enfase, às vezes se torna tão forte, que as pessoas chegam a afirmarem que não existe salvação fora de suas instituições, e cegamente a defedem antes de qualquer outra coisa. E ainda colocam os seus líderes como sendo pequenos deuses, ou grandes sacerdotes, que tem um acesso maior a Deus e estão investidos de autoridade para dominarem o rebanho da forma como desejarem. Estes acabam muitos, se tornando verdadeiras celebridades, com todos os direitos a pertencerem, a uma classe elitizada dentro de suas instituições.
                Mas chega de falar deste “quinto” evangellho e vamos falar do evangelho bíblico. O evangelho do Reino de Deus, pois este é o nome correto do evangelho pregado na Palavra de Deus. A Palavra de Deus diz: “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo” (Rm 10.9). É um evangelho centralizado no Rei, o Senhor Jesus, pois ele não só é apresentado como Salvador, mas sobretudo como Senhor, aliás é bom lembrar, que no Novo Testamento se encontra por 24 vezes a palavra Salvador se referindo a Jesus, e por mais de 600 vezes é encontrada a palavra Senhor, se referindo a Jesus Cristo, o Filho de Deus.
                O evangelho do Reino leva os homens a reconhecerem o Senhorio de Jesus e a se converterem a Ele de todo o coração, com a disposição total de serví-Lo, sem se preocupar com os seus interesses pessoais, pois estes são chamados a buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua Justiça e todas as demais coisas serão acrescentadas (Mt 6.33).
                O convertido ao Reino de Deus, tem consciencia que se tornou um cidadão celestial, e está pronto a viver como tal, desapegado do mundo material, sem preocupação em construir tesouros na terra onde a traça e a ferrugem corroem, mas paga-se o preço para se ajuntar tesouros nos céus e a ser rico para com Deus e não para os homens, pois Jesus disse: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;   porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19-21). Pois o que importa para um cidadão do Reino é que este seja estabelecido no coração dos homens.
                O evangelho do Reino não enfatiza a instituição, mas se crê sim, que a igreja é uma agência do Reino de Deus, pois o que realmente importa é a conquista do Reino de Deus, que veio estabelecer de forma invisível no coração dos homens, pois estes quando são conquistados, se tornam humildes e submissos a Palavra do Rei, a ordem do Rei e estão prontos para obedecê-Lo custe o que custar. Os líderes são como os demais, servos e humildes e apenas ocupam a função de coordenar e ensinar o Reino de Deus. Como diz o Senhor Jesus: “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus. Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Mas o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Mt 23.8-12).
                No Reino de Deus, todos são sacerdotes, todos tem acesso ao Rei, todos lhe prestam obediencia incondicional. Paulo disse o seguinte: “Pois não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor; e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus” (II Co 4.5). Os benefícios do Reino não são jamais a motivação de seus súditos, e todos entregaram seus direitos ao Rei, e agora se alegram e se regozijam em fazer parte do Reino e em servir de coração ao seu Rei Jesus. O desapego aos bens materiais é tão forte no coração dos cidadãos do Reino, que estes tem total disposição para repartir com os mais necessitados e todos vivem em comunidade (At 4.34-37).
                No evangelho do Reino, se mostra bem claro o pecado do homem, que é o maior obstáculo a se entrar no Reino, pois sem arrependimento não se pode fazer parte do Reino de Deus, a primeira mensagem pregada foi: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.3; Mc 1.15; At 2.38 e At 3.19). O pecado traz condenação eterna ao pecador, pois o lugar destes será o inferno e depois deste o lago de fogo e o ranger de dentes, o Senhor Jesus ensinou: “Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 13.41-43).
Foi um dos principais temas de Jesus em suas pregações, por isto jamais devemos omitir a estes fatos, mas por mais que estes assuntos aborreçam os ouvintes, se faz necessário a explanação dos mesmos a todos os ouvintes, como dizia Jesus: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” o que diz a Palavra de Deus:  “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21,22).
Quero desafiar  você, meu querido leitor, a refletir sobre qual o evangelho que nós temos vivido. Seria o evangelho do Reino de Deus ou um evangelho do reino dos homens? No que temos realmente pensado, nas coisas lá do alto, ou nas coisas terrenas e materiais? Onde tem estado nosso coração, priorizando o Reino de Deus ou buscando os nossos interesses pessoais? Qual tem sido nossa principal preocupação, acumular riquezas terrenas ou ajuntar tesouros nos céus? Enfim, é tempo de arrependimento! Nos humilhemos diante de nosso Rei Jesus, nos esvaziemos de nós mesmos, reconhecendo nossos pecados, e nos curvemos diante do Senhor Jesus, confessando-O como Senhor de nossas vidas, e vamos obedecê-Lo incondicionalmente e em unanimidade oremos: Venho o Teu Reino Senhor e seja feita a Tua vontade assim na terra como nos céus!