É
claro que quando nos referimos ao nosso maior inimigo, estamos falando de um
inimigo que temos em comum como cristãos que somos. Eu digo que este inimigo é
o maior, porque ele é que nos leva a nos tornarmos alvos de outros inimigos
secundários. Esse inimigo é o nosso próprio eu, a nossa carne, a nossa
estrutura pecaminosa, ou seja o próprio pecado que em nós habita.
A Bíblia
diz que cada um é tentado pela sua própria cobiça (Tg 1.14), assim aprendemos
que o fato de sofrermos ataques constantes no mundo em que vivemos, não é por
causa do diabo, das pessoas, de coisas, de circunstâncias ou seja lá o que for,
a verdadeira causa de sofrermos tentações é a nossa própria cobiça, ou seja, o
pecado que habita em nós gera desejos impróprios, e, se nos deixamos dominar
por eles seremos totalmente destruídos espiritualmente.
O
diabo conhece nossa natureza interior, pois foi ele o responsável em corrompê-la,
e, desde então seu objetivo sempre foi nos destruir. Se não fossemos pecadores
por natureza, o diabo não teria como agir contra nós, por isto, antes dele
precisamos tomar consciência que nosso maior inimigo está em nós mesmo, o
pecado.
Paulo
usa uma figura muito interessante quando escreveu aos romanos, dizendo: “Desventurado
homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24) Havia uma pena
de morte em Roma nos dias de Paulo, que era amarrar um morto no corpo do
assassino, para que este morresse destruido pela própria vítima; e, Paulo se
referia a esta condição, metaforicamente, dele mesmo perguntando quem o
livraria do morto que ele possuia amarrado em si mesmo produzindo sua morte. Nosso
maior inimigo, é este morto, que carregamos conosco o tempo todo, e, que quer
nos matar.
Mas a
grande solução está na continuidade deste texto quando ele diz: “Graças a Deus
por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.25). Jesus levou sobre si todos os nossos
pecados, Ele é o único que pode nos capacitar a vitória sobre esse inimigo,
para isto é necessário todos os dias, durante todo o dia, crucificarmos nossa
carne, renunciarmos o nosso eu, dizermos não para o pecado que habita em nós.
Jesus
disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga-me” (Lc 9.23). E Paulo acrescenta: “Como está escrito: Por amor de
ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o
matadouro. Em todas estas coisas, porém,
somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.36-37).
Se
através de Jesus, vencermos nosso maior inimigo, os inimigos secundários não
poderão fazer nada contra nós. Precisamos fazer como Paulo diz: “Mas esmurro o
meu corpo e o reduzo à escravidão...” (I Co 9.27). Temos que esmurrar a nossa
carne e reduzi-la à escravidão, que a sua carne seja apenas escrava do Espírito
Santo que habita em nós.
Não
subestimemos o poder que tem o pecado em nosso interior, nossa natureza é ruim mesmo,
muito mais do que podemos imaginar, todo o cuidado é pouco, ela sim é, nosso
maior inimigo.
Quero
terminar com um texto bíblico que diz: “...andai no Espírito e jamais
satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito,
e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si....E os que são de
Cristo Jesus crucificaram a carne, com a suas paixões e concupiscências.” (Gl
5.16-17,24).
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