segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CRISTIANISMO CAMUFLADO DE HUMANISMO

Vivemos um período da história em que o significado de Cristianismo assemelha-se a um ninho abandonado no qual as mais variadas espécies de pássaros chocam seus ovos, inclusive aquelas espécies que, entre si, são antagônicas por natureza. Observa-se, na atualidade, o desenvolvimento gestacional de uma aberração “teológica” denominada “Humanismo Cristão” aninhada neste pseudocristianismo.

Antes de mais nada, é preciso que entendamos o conceito filosófico do que se designa por “Humanismo”. Tal sistema de pensamento e de vida, propõe que o homem, com o seu “eu”, é o fim último de todas as cousas. O “eu” (ou ego) é o centro de tudo, e em torno dele devem gravitar todas as coisas. O resultado óbvio de tal filosofia é o individualismo e a competição. Pode-se identificar as duas facetas desta “moeda humanista” em nosso mundo: O humanismo materialista em que o “eu” procura satisfazer-se de coisas materiais, materializando ou “coisificando” tudo, até mesmo pessoas. O homem é medido ou avaliado pelo que possui: carros, casas, roupas, utensílios, etc. A outra faceta da “moeda humanista” refere-se ao humanismo místico, em que o “eu” procura satisfazer-se dos poderes sobrenaturais ou ocultos. O alvo é “energizar-se”, buscando poderes para encontrar o sucesso “em si mesmo”. Não é uma busca de Deus para adora-Lo e servi-Lo. É a busca da auto-divinização. Daí a expressão: “Desperte o deus que há em você”.

Em seu livreto Cristianismo versus Humanismo, Hitoshi Watanabe do Grupo Interdisciplinar Cristão, declara: “Sob a perspectiva cristã, uma das coisas mais preocupantes é o humanismo camuflado de cristianismo. Eis algumas de suas características: Um tipo de cristianismo em que o “eu” continua intacto, no trono da sua vida. As mudanças são periféricas, não atingindo valores, estilo e o alvo de Deus para uma vida conformada à imagem de Seu Filho, Jesus Cristo. Ele oferece satisfação pessoal como alvo principal da vida, “através de Cristo”. Cristãos buscam sucesso segundo o padrão deste mundo. Aqui podemos incluir a Teologia da Prosperidade e a Teologia dos “filhos do Rei”. Cristãos que buscam “sentir prazer” nas reuniões. O culto é medido de acordo com este tipo de sentimento. Se determinado grupo não lhes oferece mais aquele tipo de sentimento, muda-se. Não há nenhum tipo de compromisso com outros irmãos. O compromisso é consigo mesmo. Sucesso material como padrão de avaliação das bênçãos de Deus. Quanto mais rico, mais abençoado.”

Portanto, um cristianismo sem cruz, que vai ao encontro do egoísmo, da cobiça e da busca do poder e prazer pessoal, razão pela qual entendemos a advertência amorosa do apóstolo de Cristo, Paulo: “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu vos dizia e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; o destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre (ou “estômago”), e a glória deles está naquilo que é vergonhoso; visto que só se preocupam com as cousas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as cousas. Um cristianismo que dilui a mensagem bíblica do Evangelho e anuncia aquilo que é conveniente aos ouvintes, tal como em 2 Timóteo 4:1-5.

Com que finalidade buscamos a Jesus Cristo? “Para ser feliz”, como muitos respondem? Se assim é, logo o alvo continua sendo “eu” mesmo. Cristo vai ser apenas mais um mero instrumento da minha própria felicidade. Resultado: Não seremos felizes. Como diz o filósofo cristão inglês, C. S. Lewis, “se buscarmos a Cristo por causa da benção, perderemos ambos. Se busco a Cristo, porque Ele é o Senhor Deus e a Ele me entrego, ganho os dois”.
Autor desconhecido

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