segunda-feira, 27 de setembro de 2010

SEJA COMO JESUS, USE A INTELIGÊNCIA

“Certa vez, quando a multidão apertava Jesus para ouvir a palavra de Deus, ele estava junto ao lago de Genezaré; e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores haviam descido deles, e estavam lavando as redes. Entrando ele num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, sentando-se, ensinava do barco as multidões” (Lc 5.1-3).
Esta foi uma como muitas outras situações que viveu Jesus, em que Ele fez uso de sua inteligência para solucionar algum problema. Aqui ele se encontrava com um problema que era a multidão que o apertava e dificultava que Ele lhes ensinasse a palavra de Deus. Jesus como filho de Deus poderia ter solucionado este problema usando seus poderes sobrenaturais, mas jamais Jesus teve esta atitude, a solução do problema veio com o uso de sua inteligência, subiu no barco e afastou-se da multidão, fazendo do mesmo como uma plataforma para dali poder se dirigir a todos os seus ensinamentos.
Eu fico imaginando o quanto deixamos de solucionar problemas por não reconhecermos a inteligência que Deus nos deu, e muitas vezes passamos a suplicar milagres de Deus, quando na verdade o que tem faltado é iniciativa humana de usar nosso raciocínio em busca de resposta as dificuldades que enfrentamos. E como um aluno que não estuda para a prova e quando se submete a mesma, pede um milagre de Deus para que consiga ser bem sucedido na mesma.
Tenho aprendido pela palavra de Deus, que Deus opera um milagre também quando os recursos humanos se esgotam. Por exemplo, quando Jesus operou o milagre de transformar a água em vinho, Ele entrou em ação quando o vinho se acabara. Temos que esgotar todos os nossos recursos naturais, termos iniciativa de aplicarmos toda a nossa inteligência a favor de solucionar dificuldades e problemas que encontramos, antes de esperarmos um milagre de Deus. Não estou negando que Deus não possa operar um milagre até antes de se esgotar os recursos que temos, Ele é poderoso e soberano para fazer o que bem entender, mas o que quero afirmar é que jamais devemos ser encontrados por Deus como omissos e negligentes em termos iniciativas humanas para que os milagres também venham. E muitas vezes os problemas serão solucionados de maneira natural com o uso de recursos humanos e naturais.
Muitos vivem o cristianismo como se possuíssem uma varinha mágica para resolver qualquer situação e acabam caindo no comodismo e omissão, porque para todas as coisas se espera um “milagre” de Deus. Veja como Davi quando fugia de Saul e esteve em Gate diante do rei Áquis, ao perceber que o reconheceram como um grande inimigo, ele não esperou um milagre de Deus, mas teve iniciativa de fingir de doido, se esperneando e espumando como um louco, e o rei o expulsou da sua presença e assim ele se safou de uma circunstância que poderia lhe ter custado sua própria vida.
Gostaria de incentivá-lo a acreditar mais na inteligência que Deus lhe deu, e claro, nunca deixar de buscá-lo em oração, submetendo a ele todas as circunstâncias da sua vida, mas também nunca deixar de ter as iniciativas necessárias para esgotar todos os recursos disponíveis para resolver seus problemas pessoais. Muitas vezes é apenas uma pequena conversa com o cônjuge, outras vezes pode ser apenas um telefonema a ser feito ou quem sabe estudar mais um pouco, pode ser que tenha que fazer mais e falar menos, ou quem sabe renunciar alguma atividade para investir mais seu tempo em outra coisa ou talvez você tenha que dar uma de “doido” como Davi, mas uma coisa é certa, muita coisa podemos fazer para provar para Deus o quanto confiamos na capacidade que também Ele nos deu.
Enfim, devemos estar prontos para servir a Deus de qualquer maneira, com ou sem milagres, pois Paulo pediu três vezes para que o Senhor lhe removesse um espinho na carne, que não sabemos exatamente o que era, e por fim acabou convivendo com ele quando obteve a resposta de Deus que disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte” (II Co 12.9-10).

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