segunda-feira, 27 de setembro de 2010

TRES INIMIGOS DO CRISTÃO NA MODERNIDADE

Quando nos deparamos com o mundo moderno em relação ao cristianismo, encontramos três inimigos que são muito perigosos, mesmo porque se infiltram no meio cristão de maneira bem disfarçada e astuciosamente.

I. CONSUMISMO – devido o assédio da propaganda, que bombardeia nossas vidas de forma tão intensa, e a maneira como o mercado trabalha para convencer o maior número possível de clientes a comprar e possuir materialmente, a sociedade torna-se cada vez mais materialista e consumista como nunca houve em toda a história da humanidade. Hoje o número de pessoas em dívidas e compromissos financeiros além de suas possibilidades, atinge uma porcentagem elevadíssima. O consumismo está ligado a dois pecados citados na Bíblia, que é a avareza e a cobiça. O primeiro é o amor ao dinheiro, pois com este podemos adquirir tudo o que nossos olhos desejam, o segundo é justamente tudo aquilo que nossos olhos desejam e tomam conta de nosso coração. E como precisamos de dinheiro para consumir, nos entregamos de corpo de alma ao trabalho, sem tempo para mais nada na vida, e não é para sobreviver e sim para comprar, comprar e comprar. A avareza e a cobiça também são formas de egoísmo, que é outro pecado, quando vivemos para satisfazer o nosso ego. De repente a igreja cristã, influenciada por esta corrente, começa a oferecer “as bênçãos” como no comércio secular, quem paga melhor recebe mais “bênçãos”, e entra na mídia falando do “evangelho mercadoria” que satisfaz o homem com todos os seus desejos, é terrível. Eu posso até julgar mal, mas no meu entender hoje, a maioria dentro das igrejas não está em busca de Deus e sim das “bênçãos” de Deus. Há um tipo de “consumismo material dentro das igrejas”, e também hoje existe um povo muito egoísta dentro das igrejas, buscando só satisfazer seus desejos pessoais e não o desejo de Deus, ser cristão é servir e não ser servido, mas o que está acontecendo é justamente ao contrário. Temos que tomar cuidado, pois a Bíblia diz que não devemos nos conformar com este século, e sim nos transformarmos pela renovação da nossa mente. Também diz para não amarmos o mundo e tudo o que há no mundo, o que temos a nossa disposição no mundo moderno, não é um mal em si, pelo contrário é até muito bom, mas o amor a tudo isto e o dar lugar a concupiscência dos olhos é que é o problema. Devemos consumir sem nos consumirmos espiritualmente.

II. IMEDIATISMO – outro problema grave para a igreja, é a influência do imediatismo, pois o mundo moderno, facilitou muito a vida do homem, tudo ficou bem mais fácil, rápido e cômodo, e de repente espiritualmente as pessoas querem também as realidades espirituais da mesma forma, o que na verdade não acontece. Pois no que diz respeito a vida cristã, precisamos ter fé, paciência, renúncia e esperarmos o tempo de Deus para obtermos suas bênçãos. Mas as pessoas insistem em ter tudo fácil, rápido e cômodo. Se pregamos a cruz, a renúncia, a perseverança corremos o risco de ficarmos quase que sozinhos no púlpito. As pessoas querem ouvir “fórmulas secretas” para solução imediata de seus problemas, querem exercitar uma fé, que é como uma “varinha mágica” para fazer desaparecer os problemas e trazer as “bênçãos”. Querem uma igreja, bonita, confortável, com música a seu gosto, mensagem de qualidade e agradável, etc, etc, enfim, tem que se fazer de tudo para agradar a todos, os pregadores viraram estrelas que fazem tudo para ganhar fãs no seu auditório, pois a competição é grande se não oferecermos com mais facilidade, rapidez e conforto a “benção” vamos perder a “freguesia” para nosso concorrente. Mas quando olhamos para a Bíblia, tudo era bem diferente disso, ali encontramos um povo, que a qualquer preço seguia os ensinamentos de Jesus, sob a liderança dos apóstolos se tornavam discípulos, seguidores fieis de Jesus, renunciando a tudo, buscavam com sinceridade e simplicidade o Reino de Deus, o tempo era difícil, pois havia perseguição, ninguém podia pensar nos benefícios do cristianismo, não se oferecia a ninguém nada de material, era apenas pregado o evangelho do Reino de Deus, que podia custar a vida das pessoas, e por causa disso que acredito os sinais estavam tão presente, pois a fé era tão pura e destituída de segundas intenções, eles amavam Jesus e a Ele se entregavam de corpo e alma, ainda que as recompensas fossem para um futuro muito longe, o que valia era a conquista espiritual do Reino de Deus. Era ao contrário de hoje, tudo era difícil, lento e desconfortável, mas se multiplicava a cada dia o número de seguidores de Jesus.

III. DESCARTÁVEL – o descartável e outra realidade do mundo moderno, usamos e jogamos fora. O descartável influencia o cristianismo atual, no que diz respeito ao compromisso e a constância. As pessoas não querem mais se comprometer por muito tempo, até mesmo a igreja ficou descartável, afinal tem tantas igrejas, e assim vai se usando cada uma de acordo com a necessidade que temos, se já não me serve mais, jogo fora e procuro outra. Mensagens então nem se fale, são tantas, têm tantos pregadores, tantas mensagens, na igreja, no rádio, na tv, na revista, estão por todo lado, e tudo pode ser descartável, pois o que interessa é a nossa satisfação. Nunca a Palavra de Deus ficou tão banalizada e mercadejada, pois afinal ela também se tornou meio para ganhar dinheiro e fãs, as pessoas ficaram superficiais em seus compromissos. Troca-se de igreja, igual se troca de marca de pasta de dente. Veja como exemplo uma das coisas mais importantes da vida que é o casamento, compromisso tão sério e sublime, tornou-se hoje tão sem valor. As pessoas nem se casam mais, se ajuntam e se separam, é uma união totalmente descartável, como relógios baratos do Paraguai, a gente usa até acabar a bateria. Não se persevera no compromisso, não se luta mais pelo casamento, ninguém quer batalhar pelo amor, renunciando e servindo, não, o que importa é usar e abusar, se não me satisfaz mais, esse eu jogo fora, e vou buscar outro. Com a igreja, acontece a mesma coisa, as pessoas não possuem uma aliança, um compromisso, é tudo em busca do que me agrada. O louvor é descartável, não me agrada mais, a mensagem é descartável, não me agrada mais, o irmão é descartável, não me agrada mais, e vamos jogando fora e procurando outro que nos agrada. Mas no tempo bíblico era bem diferente, nada ali era descartável, pelo contrário, por tudo se pagava o preço que fosse para se manter, se dava o devido valor, ao louvor, a mensagem, a comunhão com os irmãos, pois não se buscava o prazer pessoal, e sim a satisfazer a vontade de Deus. Não estavam ali por um motivo egoísta e sim para satisfazer a Deus e seus propósitos. Havia aliança e um compromisso que custava a vida de cada um, se morria pela fé e obediência a Deus, a Palavra de Deus era glorificada, seu valor era tão grande que nomearam os primeiros diáconos, para que os apóstolos pudessem dedicar com primazia ao ensino das Escrituras, e esta nunca era anunciada para agradar ouvintes, ou gerar recursos para seus transmissores, mas era pregada para que se conhecesse a vontade de Deus para os seus filhos, quer estes gostassem ou não.

O QUE FAZER? – Precisamos lutar e disciplinar para que possamos vencer estes três inimigos do mundo moderno, em si mesmo não são inimigos, mas se tornam quando nos deixamos influenciar por eles. Por isto devemos orar e vigiar, como disse Jesus, sabendo que somos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no maligno, e se somos de Deus, devemos estar dispostos a crucificar a carne com suas paixões e concupiscências, devemos exercitar a fé e a perseverança para alcançar a vontade de Deus, ainda que isto custe tempo e muito de nossas vidas, devemos por fim, ter um compromisso de jamais olhar para trás, mas esquecendo das coisas que para trás ficam, vamos avançar para as que diante de nós estão, dando o valor devido a tudo o que envolve o Reino de Deus, pois estas não passam, mas duram por toda a eternidade, amém.

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